H.Mourato

H.Mourato

domingo, 29 de junho de 2014

"Boneco do Dia"

David Mourão-Ferreira
Oleo sobre Tela
Colecção da Biblioteca Municipal David Mourão-Ferreira (Lisboa)
H. Mourato

quarta-feira, 25 de junho de 2014

terça-feira, 24 de junho de 2014

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Destruída Escultura de Homenagem a Académica de Coimbra em Góis


Foi destruída a Escultura de homenagem a Académica de Coimbra, que estava no Cerro da Candosa.
Uma das coisas que diferencia o ser humano dos animais é a sua capacidade de criação, mas também a sua capacidade de destruição.
Assim aqui temos um bom exemplo das capacidades do ser humano.
Há uns anos o escultor Mestre H. Mourato, foi convidado pela Junta de Freguesia de Vila Nova do Ceira, freguesia do Concelho de Góis a fazer uma escultura de homenagem a Académica de Coimbra, por ter voltado a 1ª divisão do Futebol Nacional.
Foi escolhido o local, no cerro da Candosa, no recém-criado empreendimento da Candosa ao pé da Piscina.
O Mestre lá fez escultura e de borla, talvez tenha sido esse o problema, pois mais uma vez o ser humano só dá verdadeiro favor aquilo que compra.
Mas a verdade é que a escultura lá se fez, já foi inaugurada com a presença de alguns membros da direcção da Académica de Coimbra e de alguns jogadores, assim como as figuras na terra numa grande festança.
Passados uns anos sem autorização, quem explorava o restaurante do dito empreendimento, resolveu fazer um bar em madeira a volta da Escultura (uma obra de arte que está protegida pela Lei) tapando a escultura privando os apreciadores de arte de a contemplarem, mas rapidamente, quem geria o espaço encontro uma utilidade para a escultura, colavam nela, cartazes, promoções, ementas entre outras coisas, mas isso as claras, pois os autarcas da terra até lá iam viam aquilo e nada fizeram…
O tempo foi passando e agora para o espanto os apreciadores de arte, adeptos da Académica de Coimbra ou até os fãs do Mestre H. Mourato, a escultura foi destruída e pelo que tivemos conhecimento os autarcas locais têm conhecimento desse facto e nada fazem para resolver a questão, demonstrando assim uma falta de respeito com os Adeptos da Académica de Coimbra, pelo artista, pelos amantes da cultura e da arte e indo contra a lei geral do estado Português, que protege as obras de arte e monumentos nacionais.

Orlando Fernandes

"Boneco do Dia"

Capela do Martir
                                                                      Oleo sobre tela
H. Mourato

quinta-feira, 19 de junho de 2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

"Boneco do Dia"

Mulher
                                                             Tinta da China sobre papel
H. Mourato

terça-feira, 17 de junho de 2014

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Al-Mutamid - poeta Mouro

o poema-elegia-epitáfio que AI-Mutamid, já moribundo no tétrico cativeiro marroquino, feito tumba, Al-Mutamid, o poeta-rei, numa ilustração de H. Mourato dedica à sua esposa bem-amada «Itimad», também ela morta de dor e saudade:
Invisível a meus olhos
Trago-te sempre no meu coração
Te envio um adeus feito paixão
E lágrimas de pena como insónia
Inventas-te como possuir-me, e eu
O indomável tão submisso vou ficando.

Texto de Luís Jordão sobre desenho de H. Mourato

Conquista-me
Convencionaram chamar-te morte e apresentar-te sempre como coisa feia e má, vestida de negro e de gadanha em riste.
Não tenho nada contra o trajo negro e muito menos contra a gadanha. Por outro lado, concordo com não sei quem, que escreveu opinando ser o teu sorriso franco, honesto e para todos igual, filho da certeza de nunca poderes ser enganada.
Ao longo da minha existência fiz muita coisa, válida na opinião de uns, inútil segundo outros, o mesmo acontecendo quanto ao ser bom ou mau. Acho que nunca me acomodei, as permanentes inquietações sempre me fizeram crer em qualquer coisa mais para além. Também acreditei/confiei, para além de em mim, neste e naquele, ingenuamente. Enganei-me, julgo, várias vezes no caminho, mas ainda não perdi o norte. 
Apesar dos frequentíssimos e dolorosos desencantos sonhei voar, e, petulante, até cheguei a acreditar que podia influir, ser visto e ouvido. Não pensei muito em ti.
De algum tempo a esta parte, vens sendo o tema preferido, quase permanente, do espaço/tempo do meu pré e pós sono, aparecendo bastante envolvente e tentadora.
Por tudo isto, vejo-te hoje, confiadamente, como o ponto garantido de chegada, o último/único refúgio, onde finalmente pode haver paz.
No entanto, ainda não consigo abraçar-te. Por favor, conquista-me de vez.

Luís Jordão
Janeiro de 2005
Ilustração de
H. Mourato



Exposição em 1975


Recebe titulo de Comendador

Mestre H. Mourato, recebendo Comenda das mãos de SAR D. Duarte Pio de Bragança

Realizou no encantador e místico Castelo de Ourém, mais uma semana importante semana cultural, dedicada as Comemorações dos 90 anos da Beatificação do Beato Nuno de Santa Maria, que contou com seminários, debates e uma lindíssima exposição organizada pelos dois artistas, exposição em que alguém disse: Que é através da pintura que o mundo se iluminava.
 Da pintura sabem os pintores e sempre foi assim desde o início da cor, da forma e da forma, da tonalidade e da luz, e ao contemplarmos a arte de H. Mourato e Henrique Tigo encontramos génio humano sua inspiração arte e beleza, contempladas nestas a pinturas sobre o Santo Contestável defrontamo-nos com a fé humana em Deus nosso Senhor.
Assim, arte dentro destes artistas é o desejo afiado de professar a sua fé e busca do criador, de todas as coisas.
Esta Exposição foi visitada por todas as idades e culturas confirmando assim o poder majestoso de D. Nuno Alvares Pereira.
Sua S.A.R O Duque de Bragança D. Duarte Pio de Bragança resolveu atribuir ao Mestre H. Mourato, o título de Comendador da Real Ordem de São Miguel de Ala, pelos seus valores e actividades humanitária.
Poucos que têm este privilégio, no passado dia 6 de Novembro de 2008, foram distinguidos com este importante Titulo estes nossos conterrâneos, tendo os mesmo sido entregues no Castelo de Ourém.

in Varzeense
Novembro de 2008

Opinião de Joaquim Evónio



H. Mourato começa por ser um grande Homem.
Dotado de forte personalidade, inabaláveis convicções, indefectível verticalidade e notável independência de espírito e livre pensamento, isso já seria suficiente para não concitar unanimidade à sua volta.
H. Mourato é também um grande Artista.
Versátil, multifacetado, original, criativo e enérgico, isso bastaria, no país de capelas e compadrios em que vivemos, para que também não suscitasse o melhor acolhimento no seio da comunidade artística, se é que se pode dizer que ela existe como tal entre nós.
Desta unicidade entre homem e artista decorre, obviamente, que nunca tomaria qualquer atitude de subserviência perante os "donos da comunicação social".  Não admira, pois, que seja ignorado.
Sendo apreciador de arte e estando ligado ao meio literário, já ouvira falar no seu nome, principalmente como autor de centenas de capas para livros.
Só tive prazer de o conhecer pessoalmente, no entanto, há pouco mais de três anos, numa exposição de pintura organizada pela Associação Escadote Cultural.
A partir daí se aprofundou o nosso conhecimento mútuo e nasceu uma amizade franca e sólida, extensiva a ambas as nossas famílias.
Não sendo crítico da especialidade mas pretendendo repor alguma justiça através da sua presença nesta modesta página pessoal, recorro, com a devida vénia, à inserção de textos de pessoas mais abalizadas que se pronunciaram sobre a sua vida e a sua obra.
Vou, pois, intercalar tais depoimentos com imagens de obras de escultura, desenho e pintura de Mestre H. Mourato.

joaquim evónio
08.04.04


Sobre "Retratos COM-TRATOS" por Carlos Carranca

«Ainda hoje me interrogo por que diabo tinha de ser eu a escrever esta meia dúzia de palavras sobre os retratos, ou pseudoretratos, carregados de humanidade (alguns ainda trazem terra agarrada às orelhas) desse camponês do Chiado chamado H. Mourato.
H de homem, bicho instintivo, preso à sua terra alenteia, imprime aos seus "bonecos" um tempo... o olhar de um tempo original, o do menino que cresceu e continuou menino a olhar, da margem, a vida, saltando para dentro dela, pulando - um principezinho a fazer serenatas à lua em sua flauta pastoril.
Ainda hoje me interrogo quanto ao sentido da vida, sentindo-a cada vez mais absurda e bela. É nesse absurdo e nessa beleza que guardo do Artista H. Mourato a grata sensação de alguém que reage ao que vê com a força dos sentimentos; de alguém que não desenha o que vê, mas o que sente.
Em Mourato a Arte não se justifica pela técnica, ela é simplesmente o suporte de uma extraordinária intuição sem mestre.
É escusado procurarmos em Mourato influências de fulano ou de sicrano. Estamos em presença de um artista da autenticidade que guarda dentro de si a verdade limpa dos horizontes da sua terra natal.
Profundamente telúrico, os seus retratos, de uma singular densidade psicológica, ou se mostram vivos, num expressionismo deformante, ora num surrealismo sem patronos. E todos nós nos sentimos, quando retratados, amados por alguém que possui a rara capacidade de intuir o que lhe é exterior.
A sua ironia é fruto de uma contida e exuberante personalidade. Mourato não se leva demasiado a sério. Ele observa-nos, observando-se. Daí a sua tolerância, a sua ironia.
Por entre as influências do impressionismo, do abstraccionismo, do expressionismo e do surrealismo, por todas elas se passeia, sem de nenhuma tirar o modelo. Ele sabe que existem: - Que nos façam muito bom proveito!
Sempre que revejo os desenhos de Mourato, esses que ele vai deixando em folhas de papel do momento e no-los oferece como testemunho da sua ternura, recordo uns versos que Torga dedicou à vida:

"Amo a vida, esta bela prostituta
Esta mulher tão pura e dissoluta
No mesmo instante,
Que não dá tréguas a nenhum amante"

São cinquenta retratos vividos, de escritores amigos e algumas figuras tutelares que o tempo vai coleccionando e perdendo pelo caminho.
Lousã, 19/4/2000
Carlos Carranca
(in "RETRATOS COM-TRATOS")

Felizmente, ainda há homens assim...



Felizmente, ainda há homens assim…


Acreditem que ao longo dos meus 46 anos de vida, já conheci e convivi com muita pessoas, dos mais variados quadrantes e condições, alguns apenas “simples mortais” outros com elevados níveis de talento para as mais variadas áreas artísticas ou culturais.

É minha convicção que o talento é um dom que não pode estar sozinho num indivíduo. Com ele tem forçosamente de co-habitar um carácter íntegro e humano, que contenha dentro de parâmetros “socialmente aceitáveis” a natural vaidade e até narcisismo, que o talento acaba por produzir ao seu detentor.

Em muitos dos “génios” que conheço, o talento impôs-se ao carácter e acabaram por ser pessoas intratáveis e intragáveis, sem amigos ou admiradores sinceros, permanentemente rodeados de bajuladores que apenas os acompanham na esperança de favores ou de absorverem um pouco do brilho social e mediático que irradiam.

Conheço há pouco mais de um ano o Mestre H. Mourato. Estava no Quartel dos Bombeiros da Pontinha, quando ele me foi apresentado por outro amigo comum. Tinha, na simplicidade e generosidade dos grandes homens, ido ao quartel para oferecer aos bombeiros, uma escultura sua.

Portanto, primeiro conheci o Henrique Mourato. Sou daqueles para quem a primeira impressão conta e sem querer ser comparado a alguém famoso, direi que nestas coisas do carácter "raramente me engano". E, gostei logo daquele homem grande, de ar íntegro e sereno. O convívio futuro mostrou que a primeira impressão não era falsa.

Depois conheci o H. Mourato, ou seja o artista que o homem também é. E os trabalhos que saem daquelas mãos - quer a escultura, quer a pintura - estão de acordo com a ideia que se tem da pessoa.

Desde que o conheço, tenho convivido regularmente com ele e pouco a pouco vou descobrindo as suas obras e as várias vertentes do seu talento.

Quando em Fevereiro deste ano me meti na aventura de criar um jornal on-line, H. Mourato estendeu-me a sua grande mão e ofereceu para logótipo o seu quadro do “Velho Mirante”, um ex-libris da Pontinha, por ele magistralmente retratado.

E não hesitou em juntar o seu nome a um projecto sem provas dadas, apenas pela amizade que nos ligava, mostrando ser amigo do seu amigo. Todas as semanas o meu jornal apresenta, com a devida autorização do seu autor, uma obra de H. Mourato, que está também sempre disponível para aquele favor que às vezes os amigos precisam que lhe façam.

É verdade que H. Mourato não é capa de revista, nem notícia regular de televisão. Mas não é porque não tenha talento e “obra feita” e devidamente reconhecida. É apenas porque H. Mourato não se vende e mantém a sua coerência e convicções.

Tenho a certeza que um dia H. Mourato vai ter muitas “honras” mediáticas. Na hipocrisia deste país algumas pessoas incómodas só são boas quando já não podem incomodar, porque partiram. Assim sendo espero que por muitos e longos anos o brilho mediático esteja afastado deste meu amigo.

Pontinha, 13 de Maio de 2004
Henrique Ribeiro
Director “Coisas da Pontinha”




Esculturas de H. Mourato



O H. Mourato também gosta de realizar pequenos objectos insólitos: é um puro prazer. Encontra-se uma tal irreverência no desvio dos materiais utilizados: não pode haver melhor reciclagem. O circuito impresso, o brinquedo desmembrado, o transístor, o dejecto industrial tornam-se arte, gozando deles próprios nesta utilização deslocada. Um ditado francês diz “... Objectos inanimados, será que terão alma?” H. Mourato respondeu a esta pergunta


Jean-Pierre Blanchon